Título: Rebobine o Medo: O podcast das histórias perdidas.
Autores: Elena DiMael, Eduardo Andrigo, Ollie Silveira, Oswaldo C. Almeida, Aniek K. I., K. J. Batista
Páginas: 320
Ano: 2022
Resenha📖:
O sucesso nunca é fácil e Cassandra sabia disso. O podcast Rebobine o Medo pode ter começado como uma brincadeira, mas se tornou um fenômeno, contar histórias assustadoras vinha se tornando cada vez mais difícil e os haters tomavam conta dos comentários e da mente de Cassandra. O centésimo episódio estava se tornando um problema, as críticas se juntavam a insônia e preocupação de entregar um bom episódio, mas o que ela ainda não sabia era que receberia uma caixa com seis fitas VHS e apenas uma mensagem rebobine.
Levando a caixa para casa, a estudante de Cinema, apaixonada por filmes de terror, não consegue conter sua curiosidade que a leva a colocar a primeira fita e rebobiná-la, mesmo encontrando um dilema pessoal com a estranheza do momento, Cassandra ignorou todos os avisos e apertou o play.
Banho Digital
Uma mulher presa a um relacionamento tóxico, conta como a relação com seu marido se modificou após ela receber uma caixa estranha com uma câmera. A água da casa está cada vez mais com um gosto estranho e cada vez pior, assim como o relacionamento apresentado, mas quando o marido fica cada vez mais doente, as coisas mudam de figura e uma metamorfose acontece. Cabe ao leitor avaliar até onde a sanidade está indo neste conto.
A coruja sem olhos
Glenda é uma influencer do Instagram, mas suas postagens vem engajando cada vez menos e ela não sabe o que fazer, é quando recebe uma caixa com uma câmera, só a duas coisas que Glenda tem certeza o gosto da água está horrível e a algo atrás dela. A cada momento as coisas vão piorando, a obsessão pela fama deixa Glenda cada vez mais submersa em seus problemas de autoestima e sendo perseguida por uma sombra misteriosa
Luto
Greg quer apenas aproveitar a noite de Halloween ao lado do irmão mais novo Arthur, os pais foram a um jantar e os dois estão sozinhos em casa, já fizeram de tudo e Arthur, fantasiado de fantasma, está cansado de apenas fazer a mesma coisa de todos os outros Halloweens, é então que Greg oferece uma disputa, a melhor história de terror vence.
O que Greg não contava é que a câmera que o irmão havia encontrado no quintal e vivia grudado desde então passasse uma sensação tão sombria, a cada vez que Arthur conta uma parte da história sobre um monstro que acaba com tudo, Greg se sente pior e nem mesmo beber água pode, a água tem um gosto podre. Greg se sente perdido e a única coisa que pode fazer é pedir para que tudo retorne a rotina.
Isso são águas passadas
Clarissa está apodrecendo ou é isso que ela pensa. O apartamento novo é estranho sem Priscila, mas Clarissa não sabe onde a namorada está, já que a mesma desapareceu sem deixar pistas, tudo está estranho, a água da casa nova é podre e cada vez mais o vício em cocaína de Clarissa grita. Tudo já está dando errado quando ela recebe uma caixa sem remetente contendo uma câmera e fitas VHS, a câmera inofensiva se torna a melhor amiga e confidente de Clarisse, enquanto seu corpo está cada vez mais estranho, fedido e machucado por uma doença de pele sem cura.
Muitas Partes
Leonel achou a câmera em uma caixa no armário do banheiro e após perguntar ao senhorio sobre a câmera, resolveu ficar com ela. Para dar um uso a câmera, ele resolve usar para registar o processo de transição, para que as mudanças pelo uso da testosterona ficassem mais evidentes. Mas a algo de errado com a câmera e Leonel, não consegue explicar, aquilo só grava quando quer e não consegue registar as partes de corpos que aparecem pela casa, Leonel acha que está ficando maluco, a água tem um gosto horrível, até mesmo as que ele compra na rua e não consegue contar para a irmã, pois acha que todas aquelas partes de corpos, mão, pés, pernas, são frutos da sua cabeça, a câmera é sua única confidente.
A morte convida para Jantar
Lígia voltou a sua antiga cidade pelo velório da mãe. Mas para ela é a melhor coisa que pode ter acontecido, a vontade de sapatear sobre o caixão da velha só é impedida pelo pensamento de que ia pegar muito mal e para aproveitar que voltou a cidadezinha, resolve buscar uma câmera velha do pai, também já falecido.
As coisas estão ficando estranhas para Lígia, a noite de lua cheia se aproxima e cada vez mais ela se prepara para um acontecimento, a fome cada vez mais apertava e o corpo exigia mudanças, cada vez mais as garras se tornavam proeminente e a busca pela câmera a leva para a casa da cunhada, onde os sobrinhos brincam com o trambolho que nunca para de filmar, e é lá que Lígia irá dar de cara com sua sobrenaturalidade.
Após ver todas as fitas, Cassandra se depara com um problema. A câmera tem fome de caos.
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Foi uma leitura bastante proveitosa, os contos são bem diferentes entre si, mas se encaixam de uma forma interessante, por mais que não tenham ligação direta, o clima de terror e temor do que a câmera vai nos mostrar a seguir, do que leremos a seguir, une tudo dentro do livro de contos, sempre deixando o desejo de saber mais, porém, sem nunca encontrar a câmera, não é recomendado beber água durante a leitura ou pode acabar sentindo um gosto estranho. O conto que mais me deixou arrepiada foi Luto, o clima é tão bem construído, que você se submerge a ponto de não querer saber de mais nada além, mesmo que não conheça os personagens, você pode sentir a dor, a luta e a obsessão e como à realidade pode ser facilmente transformada.
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