Com louvor – Resenha


"Shipley é sinônimo de boa moça. Nunca faz nada errado, tem uma boa relação com sua família e entrou para uma boa faculdade. Além de tudo, é linda, loura e, surpreendentemente, virgem.
Decidida a se transformar, ela já chega ao campus da Dexter College com um maço de cigarros na bolsa, um chiclete na boca e na primeira noite conhece mais três calouros. De alguma maneira, eles acabam se um grupo nada homogêneo de amigos. A história acontece nos anos 1990, quando ninguém podia fofocar através de mensagens de texto ou postar o último boato na internet. O que só ajuda a aproximá-los ainda mais — seja nas detenções ou nos porres! Conforme o ano vai passando, os amigos vão percebendo que a faculdade não se limita aos ensinamentos acadêmicos. Em meio a semanas desesperadas de prova, aulas chatas, festas loucas e romances improváveis, cada um terá sua própria dose de aprendizado extracurricular. “Conhece-te a ti mesmo” é o lema original desses alunos, que estão dispostos a desrespeitar algumas regras, se for preciso, para se divertir muito!"

Titulo: Com Louvor 

Autor: Cecily von Ziegesar 

Editora: Galera Record 

Páginas: 317

Ano: 2011

Resenha📖: 

Shipley Gilbert acabou de chegar no campus da Dexter College, onde, assim como Shipley, tudo é muito bonito e pacato. A garota vinda de um colégio para meninas, ainda não está acostumada com a contato com meninos e parece uma coisa muito incerta, dividindo o quarto com Eliza Cheney, uma garota que viu em Dexter a oportunidade de se destacar, Shipley tenta botar o plano que a levou até ali em prática: Deixar de ser a sombra do irmão, Patrick, que estudou em Dexter e mal chegou a cursar algo, pois gloriosamente desapareceu. 

Tragedy e Adam são irmãos, ou melhor, Tragedy faz questão de deixar claro que foi adotada pela família de Adam, depois que o pai, um brasileiro que vendia ovelhas para a família, morreu de infarto. Tragedy é bonita e não consegue se conformar com o fato de que Adam, escolheu ir para Dexter College, ao invés de uma faculdade distante do que está acostumado.  

Shipley e Elzia se aliam a Tom e Nick, orientando-os da mesma professora e acabam sem querer esbarrando em Adam, mas oque parece uma promissora amizade acaba se esfarelando, Shipley e tom começam a namorar, Nick, se mete cada vez mais com os esquisitos da universidade e Eliza se sente isolada. Tom e Adam acabam fazendo parte da mesma peça, criando uma proximidade minúscula entre os dois, enquanto os projetos de futuros adultos vivem a loucura de Dexter, Tragedy aproveita para ajudar alguém, mais especificadamente um homem, de roupa rasgada, que vive na rua e anda pela cidade lendo A Dialética, chamado Patrick. 

Provando que somente uma boa escrita não pode salvar um livro, Com Louvor, entra para o roll de história que deveriam ser uma boa ideia só no rascunho original. A escrita de Cecily von Ziegesar, faz com que a história seja leve de ler e entender, até mesmo gerando entretenimento, quando você não tenta achar um sentido na leitura. Os personagens são clássicos das histórias adolescentes (fazendo jus a época que o livro foi lançado), Shipley é esquisita, genérica e desinteressante, não gera um reconhecimento com o leitor, Adam não tem personalidade, todas às vezes que está presente, parece só existir para adorar Shipley, porque ela é loira e magra, Tom, tem uma proposta interessante, mas se perde facilmente, novamente a autora resume o personagem ao quanto ele deseja sexualmente Shipley, ao quanto ele gosta dela por ser loira, magra e ter um bom corpo, Nick é mimado, porém, mantem um bom ritmo de narrativa, entre fumar maconha e construir seu iurte nos fundos da universidade (e algumas vezes desejar Shipley de maneira sexual, do nada), ele parece ser o único realmente ligado a estudar e mesmo fazendo os piores amigos fora do grupo principal, transmite segurança nos acontecimentos, Eliza é a típica menina diferente das outras, que quer ser notada por não ser tão feminina e não se importar tanto com isso, ela passa a maior parte do livro desgostando Shipley, justamente pela feminilidade e atrair todos a sua volta, mas durante o livro elas conseguem se resolver. Tragedy, irmã de Adam, e a única a ter um décimo de personalidade, faz piadas e reclama da passividade do irmão, sua parte na história é se envolver com Patrick (mendigo/ladrão de carros) e ajudá-lo a sobreviver, fora isso, a adolescente do ensino médio parece mais animada com a Universidade que os próprios universitários.

O livro não tem um grande conflito, a tentativa de fazer a relação familiar de Shipley um problema, não cola, todos são tão sem graça que não dá para sentir pena deles, Shipley não liga que alguém roube o carro dela e o use até a gasolina acabar, não liga se o estranho deixa bilhetes pedindo que ela compre roupas para ele, não liga se existe a possibilidade do irmão desaparecido ser o estranho que rouba o carro, nem mesmo se importa se trai ou não o namorado e ficar dando esperança para Adam. 

O conflito final é tão maçante, tão sem fôlego, que se tudo desse errado não geraria emoção nenhuma.

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